31.12.08

Bibliotecário na gestão da informação

CARREIRA

Bibliotecário lida com gestão da informação

Setor privado e bibliotecas universitárias são os campos que mais empregam esse profissional

DANIELA MERCIER
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Livros, jornais, revistas, internet. É cada vez maior o volume de informações produzido e difundido pela sociedade. No contexto das novas tecnologias, em que o conhecimento está em todo o lugar, como tornar a informação confiável e útil para as pessoas? Esse é o desafio do bibliotecário, profissional que há tempos não está mais restrito às bibliotecas.

"O bibliotecário trabalha com o processamento da informação. Então, em qualquer lugar em que isso seja importante, é possível a atuação desse profissional", afirma a presidente do CFB (Conselho Federal de Biblioteconomia), Nêmora Rodrigues.

Segundo ela, além de espaços mais tradicionais, como bibliotecas públicas e escolas, é comum o trabalho dos bibliotecários em empresas, escritórios de advocacia, agências de publicidade e centros de informação e documentação.

Emília da Conceição Camargo, bibliotecária há mais de 25 anos, gerencia há nove o centro de informações do grupo Totalcom, formado por empresas do ramo publicitário.
Com uma equipe multidisciplinar, ela trabalha com coleta, seleção, análise e tratamento de dados sobre o mercado de publicidade. É a partir desses levantamentos que a empresa monitora e planeja novos negócios -razão pela qual o bibliotecário tem importância estratégica para decisões da empresa. "Hoje, nenhum lugar vive sem gestão da informação."

A atividade é exclusiva do bacharel em biblioteconomia -atualmente, existem 41 cursos no país, a maior parte deles nas capitais.

De acordo com o conselho do setor, formam-se, por ano, cerca de mil profissionais em todo o Brasil, número que, para Nêmora Rodrigues, é pequeno para a demanda do mercado.

"Todo o interior dos Estados está descoberto. Só as universidades já absorvem uma quantidade grande de profissionais", exemplifica.

Não há piso nacional para a categoria. Em São Paulo, o salário inicial é de R$ 1.450 por mês. Segundo o Conselho Regional de Biblioteconomia do Estado, a remuneração média está entre R$ 3.000 e R$ 5.000 -alguns profissionais chegam a receber R$ 13 mil.

Formação generalista
Para um campo de trabalho tão abrangente, é importante que o profissional tenha contato com outras áreas do conhecimento. Por isso, a formação do bibliotecário é generalista. Administração, lingüística, sociologia e filosofia são algumas das disciplinas que compõem o currículo básico do curso.

Ao lado de matérias específicas e técnicas da área, como documentação, indexação e planejamento bibliotecário, o aluno é incentivado a fazer disciplinas optativas e eletivas -modalidades oferecidas em outros cursos.

Como o bibliotecário deve estar preparado para se adaptar a diversos ambientes e tipos de informação, características como flexibilidade, iniciativa, criatividade e vontade de aprender são desejáveis para quem quer ingressar na carreira. "Para lidar com informação é importante gostar de garimpar, ser antenado e ter "espírito obreiro'", afirma Emília Camargo, que diz não ter dificuldade em selecionar estagiários nessa área.

"O mais difícil é a flexibilidade, para se adaptar às novas possibilidades de trabalho. Mas os jovens levam vantagem [nesse aspecto]", diz.

Outras habilidades úteis para a profissão são o interesse pelas novas tecnologias e o conhecimento de línguas estrangeiras.

Aluna do 4º período de biblioteconomia na Unesp, em Marília (435 km de São Paulo), Laura Inafuko, 19, acredita que uma formação cultural sólida é fundamental para a profissão. "É muito importante ter uma base para conhecer e atender bem ao usuário", diz. Ela faz estágio na universidade -o segundo na área- e acha que a carreira é promissora: "O mercado está em todo lugar".

CARREIRA

Estágio obrigatório ajuda o aluno a definir uma área que o interessa

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Se a formação generalista pode deixar o aluno um pouco perdido, o estágio ajuda o estudante a definir uma área de interesse. "É no estágio que a gente vê onde se encaixa", diz Luana Coelho, 23, que se formou pela USP em 2007 e é bibliotecária da Câmara Municipal de São Paulo.

Na biblioteconomia, o estágio é obrigatório. "Um estudante já consegue estágio logo no primeiro ano", diz Regina Céli de Sousa, presidente do Conselho Regional de Biblioteconomia do Estado de São Paulo.

Na Unesp, a carga horária para essas atividades é dividida em biblioteca pública escolar, biblioteca especializada e biblioteca universitária. "Incentivamos o aluno a ter novas experiências", diz a coordenadora do curso, Helen Casarin.

Fonte: Folha de São Paulo, FOVEST, 30 de Dezembro 2008.

1 comentário:

Anónimo disse...

Lí as críticas à essa matéria no blog do Leonardo Assis. Acho que uma breve consulta ao site da minha empresa de Gestão da Informação esclareceria sobre a necessidade de se preocupar com a gestão do conhecimento e como isso se aplica À qualquer tipo de organização
Fica o link
http://www.calandra.com.br/