25.3.07

Questões administrativas

Descubra quem é quem na sua equipe




Alexandra Mota

Aprender a lidar com os mais variados perfis profissionais é um bom caminho para tornar o trabalho mais prazeroso e produtivo. Conheça cada um deles e veja como ter jogo de cintura

Dê uma olhada à sua volta no escritório. Você verá que existem diferentes tipos de pessoas: a tímida, a boa-vida, a mal-humorada, a competitiva... Para que a convivência entre indivíduos tão diferentes dê certo e a diversidade seja preservada, é preciso muito habilidade e compreensão de todos.


Diferenças à parte, a questão é que esta mistura de personalidades é muito produtiva desde que, claro, cada um saiba respeitar o espaço do outro. E o segredo para isso é saber ao certo qual o perfil de cada profissional e aprender a lidar com os pontos positivos e negativos de cada um. Você tem de ter o chamado 'jogo de cintura'.


Assim como os próprios colaboradores que desejam aprender a lidar com todas as variações de comportamento, as corporações também estão investindo para conhecer melhor cada um de seus funcionários. Nessa busca, elas estão lançando mão de testes cada vez mais sofisticados.


Um dos mais conhecidos é o Myers Briggs Type Indicator (MBTI). Utilizado para o autoconhecimento e autodesenvolvimento, ele ajuda a entender o estilo dos colegas de trabalho e a traçar um perfil profissional completo de cada elemento de uma equipe. Os resultados são benefícios nas relações entre os funcionários e aumento da produtividade, pois com ele em mãos é possível direcionar mais adequadamente a atividade individual.


Criado em 1940 por Katherine Cook Briggs e Isabel Briggs Myers, o MBTI é baseado na teoria dos tipos psicológicos de Carl Gustav Yung. Ele é composto por 93 perguntas e estabelece 16 tipos diferentes de personalidade. "Ele auxilia a identificar as qualidades e os pontos fracos de cada um, o que colabora na composição de uma grupo mais harmonioso" explica o psicólogo Miguel Vizioli, especialista em Recursos Humanos.


Se dois homens no mesmo trabalho concordam o tempo todo, um deles é demais

DARRYL F. ZANUCK CINEASTA AMERICANO


Outro teste também muito empregado nas instituições é o EmotionalQuotientMapping( EQMap). SegundoOrlandoPavaniJunior, consultor e especialista em administração e em desenvolvi mento empresarial, da Gauss Consulting, o EQMap mostra o nível de consciência da Inteligência Emocional, valores, crenças e o modo com que o profissional trabalha com esses fatores. Ele é compos to por 150 questões e é dividido em 20 escalas, do ruim ao ótimo.


Embora esses testes sejam instrumentos importantes nas relações dentro do ambiente corporativo, não dá para você sair por aí aplicando em quem passa pela sua frente. Mas é possível sim conhecer um pouco mais sobre alguns perfis e tentar reconhecer cada um deles na sua equipe, independente da posição que você ocupe na empresa. Para isso, fique atenta e torne-se uma expet na arte da observação.


Veja, a seguir, como se comportam os vários tipos de profissionais e aprenda a lidar com as mais diversas características. Dessa forma, a convivência se tornará bem mais agradável e produtiva.

COMPETITIVO

É fã de desafios e não esconde isso de ninguém. Nunca brinca em serviço e, até mesmo nas conversas mais informais, está atento ao desempenho dos colegas. Adora saber o que os outros estão fazendo e se estão atingindo suas metas - este é um jeito de certifica-se que é melhor do que os demais.

PONTO POSITIVO:
tem boa performance quando está sob pressão e funciona bem em situações de emergência. Toda sua energia está voltada para os resultados do grupo e da empresa.

PONTO NEGATIVO:
costuma ser fechado. Em geral, é visto como mal-humorado e arrogante. Tem dificuldades para trocar experiências e conhecimento.

ACOMODADO

É daqueles que nunca se mete em encrenca e preza pela paz. Faz seu trabalho muito bem, desde que não precise se indispor com os parceiros. Costuma se dar bem com todos e tem bastante paciência.

PONTO POSITIVO:
como não se estressa com quase nada, ganha tempo nos momentos de conflito. É muito querido pelos amigos.

PONTO NEGATIVO:
pode ser apagado pelos demais, justamente por ter uma postura pouco enérgica. Seu reconhecimento profissional pode ser mais lento e não é muito criativo.

COLABORADOR

Trabalha pela equipe e está sempre pronto a ajudar. Este comportamento faz com que seja aquela pessoa para quem os demais sempre vão pedir auxílio. É eficiente na busca de soluções e atua por um bem comum.

PONTO POSITIVO:
sua principal diferença é alimentar o trabalho em grupo, a integração e a criatividade.

PONTO NEGATIVO:
colaborar requer muita energia e causa medo, pois impõe a distribuição de responsabilidade. Pode ser visto como fofoqueiro, pois está sempre em contato com as pessoas e fala muito.

COMPROMETIDO

Sua maior preocupação é com a empresa e não com aqueles que nela trabalham. É a espécie de colega que chama atenção da equipe para os prazos, toma a iniciativa para a execução de tarefas e exige o comprometimento de todos.

PONTO POSITIVO:
seu foco é sempre alinhado com os objetivos da companhia. Identifica oportunidades e é criativo na hora de ir atrás de soluções.

PONTO NEGATIVO:
cobra demais dos outros. Com isso, a relação com os colegas tende a não fluir muito bem. Corre o risco de ser confundido como 'certinho' e bajulador.

POLÍTICO

Está sempre disponível para o que der e vier. Gosta de mostrar serviço e faz questão de se relacionar bem com todos. Tem discurso na ponta da língua quando questionado sobre qualquer tarefa e possui um ótimo net working.


PONTO POSITIVO:
é supergentil, circula com desenvoltura por todos os departamentos, tem boa postura profissional e tem ótimo relacionamento interpessoal.

PONTO NEGATIVO:
geralmente exagera no marketing pessoal para contornar situações. Sua cordialidade costuma ser confundida com falsidade ou puxa-saquismo.

JOGO DE CINTURA

Ainda há alguns tipos que são malvistos por toda a equipe. São aqueles rotulados de malhumorados e fofoqueiros. Apesar disso têm, sim, como manter uma relação saudável com estas personalidades.

Fonte: http://revistavidaexecutiva.uol.com.br/edicoes/34/artigo44184-2.asp